The first selfie stick
O mundo sofreu um rude golpe. Começaram a ser proibidos os selfie sticks. As consequências são imprevisíveis. Em vez de fotos de egos, devidamente enquadradas em paisagens e monumentos, vamos voltar às caras em formato de balão, com sorrisos em que se vislumbram as cáries. É uma calamidade. Alguém que queira ter uma fotografia sua devidamente pespegada, por exemplo, à frente do artista que atua no palco, ou mesmo da Mona Lisa, terá de pedir a outro alguém que a tire. Terá de haver, digamos, uma a pequena conversa ou, na melhor das hipóteses, uma breve troca de palavras: "Não se importa..., ah, claro, obrigado, de nada.". Um excesso. Em vez de conseguir postar imediatamente para o mundo, para o universo e diretamente para um numero rigorosamente determinado de desconhecidos amigos um correto "Aqui estou eu, com licença (cotovelada e ligeiro empurrão), o único em frente, embora de costas, deste artista, neste concerto a que estou a prestar tanta atenção" há que negociar com pelo menos uma pessoa, correr o risco de contacto físico, ao passar o telemóvel, da frustração da eventual recusa, da previsível incompetência técnica do eleito.
Pode ser que eles mudem de ideias e não privem a humanidade desta inovação sem a qual se receia pela qualidade de vida do homo digitalis, quem sabe se ainda sapiens.