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O mundo anda um sítio cada vez
mais complicado. Tudo por falta de educação. Ao contrário do que é suposto, as
pessoas que veem o elefante no meio da sala, não se portam como se nada fosse,
ignorando-o como é seu dever. Em vez disso põe-se a gesticular, indignadas,
gritando a evidência sobre o paquiderme e o centro do salão. Se só uma ou duas
pessoas se lembram de tal dislate, a coisa ainda se resolve sem problemas de
maior. É chamada a empresa de segurança privada de serviço que remove, não o
elefante, naturalmente, mas aqueles que afirmam vê-lo. O anfitrião troca um
sorriso e um leve encolher de ombros com os convidados e tudo prossegue a bem
de todos. Diferente já será se toda a gente desata a achar que vê o bicho. Essa
situação pode tornar-se difícil de controlar e os danos são normalmente
colossais. Principalmente se o próprio elefante, tomando consciência da sua
posição privilegiada, resolve mexer-se.
Como é óbvio e perfeitamente
compreensível, se são aprovados limites à emissão de carbono, para mais por
razões tão fúteis e desconchavadas como a inviabilidade a curto prazo do
planeta, um disparate em que se insiste só para embirrar, a única coisa a
fazer por gente responsável pela Economia, nas empresas gigantes e nas nações grandes,
é alterar os sistemas de medição. Qualquer pessoa responsável, principalmente
se for político, percebe isso. Depois age em conformidade, virando-se de costas
o suficiente para poder beber o seu champanhe sossegado, deixando fora do
alcance da vista o elefante ou, neste caso, o
carro. Em parte é para isso que os salões do mundo são grandes e espaçosos.
Agora vai ser uma trabalheira até
se chegar à conclusão que a culpa é do carbono, que não se deixou medir
convenientemente pelo porteiro e pela senhora da limpeza.