terça-feira, 29 de setembro de 2015

O elefante na sala


imagem da net

O mundo anda um sítio cada vez mais complicado. Tudo por falta de educação. Ao contrário do que é suposto, as pessoas que veem o elefante no meio da sala, não se portam como se nada fosse, ignorando-o como é seu dever. Em vez disso põe-se a gesticular, indignadas, gritando a evidência sobre o paquiderme e o centro do salão. Se só uma ou duas pessoas se lembram de tal dislate, a coisa ainda se resolve sem problemas de maior. É chamada a empresa de segurança privada de serviço que remove, não o elefante, naturalmente, mas aqueles que afirmam vê-lo. O anfitrião troca um sorriso e um leve encolher de ombros com os convidados e tudo prossegue a bem de todos. Diferente já será se toda a gente desata a achar que vê o bicho. Essa situação pode tornar-se difícil de controlar e os danos são normalmente colossais. Principalmente se o próprio elefante, tomando consciência da sua posição privilegiada, resolve mexer-se.

Como é óbvio e perfeitamente compreensível, se são aprovados limites à emissão de carbono, para mais por razões tão fúteis e desconchavadas como a inviabilidade a curto prazo do planeta, um disparate em que se insiste só para embirrar, a única coisa a fazer por gente responsável pela Economia, nas empresas gigantes e nas nações grandes, é alterar os sistemas de medição. Qualquer pessoa responsável, principalmente se for político, percebe isso. Depois age em conformidade, virando-se de costas o suficiente para poder beber o seu champanhe sossegado, deixando fora do alcance da vista o elefante ou, neste caso, o carro. Em parte é para isso que os salões do mundo são grandes e espaçosos.

Agora vai ser uma trabalheira até se chegar à conclusão que a culpa é do carbono, que não se deixou medir convenientemente pelo porteiro e pela senhora da limpeza.    

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